21 March, 2007

Dia Mundial da Poesia

Leio-te

Leio-te
Agora sei que era a tua voz que me seguia
pelas esplanadas de cio
sem palavras
A voz do tempo onde
o silêncio se sente como agulhas
picando os lábios
lentas lâminas
cercando as tardes
e a fome
sempre a fome da tua poesia
o corpo subtil da palavra
pele impossível
desta manhã que arranco à alma das paredes
Leio-te
como quem segue o voo de um pássaro
em nuvens que não sabe
Talvez o quase imponderável
seja o grito claro de sílabas
voando inclinadas de encontro às bocas
Ler-te
é pois colocar dedos neste silêncio
ávido de poemas solares
páginas intermináveis
abissais
como o centro da terra
onde funda a sua lava o canto do lume
em sonetos que o vesúvio grita


(João Martim
no dia Mundial da Poesia em 21 de Março de 2004)

:) (:
Eu também te quero ler... sempre! Em prosa, em poesia ou nos olhos! Tanto faz! Desde que te leia! Todos os dias de todos os meses de todos os anos!
S :*** XXX

2 comments:

varna said...

e eu leio-te agora com mais frequência do que quando vivias aqui perto, já viste?:)

Sonia Ferreira said...

já vi :)
Mas quando eu vivia aí perto não precisavas de me ler... tinhas que me ver e ouvir haha
:*